domingo, 5 de julho de 2009

"O Amor", Marguerite Duras

Apesar de ser um pequeno livro, este "O Amor" de Duras, não é uma leitura fácil. Olhemos para este livro como um desafio. Com ideias curtas, enigmáticas quase, temos uma narrativa que avança ao ritmo dos pensamentos soltos dos personagens que aqui se cruzam.

Um homem de pé, olhando: a praia, o mar.
Entre o homem que olha e o mar, junto do mar, alguém caminha. Um outro homem. À esquerda, uma mulher de olhos fechados. Sentada.
O triângulo fecha-se com a mulher de olhos fechados, sentada contra um muro que separa a praia do fim da cidade.
O homem que olha está entre esta mulher e o homem que caminha junto ao mar.
Como o homem caminha, persistente, com igual lentidão, o triângulo forma-se e deforma-se, sem nunca se quebrar. Este homem tem o passo regular de um prisioneiro.
Três. São três pessoas na luz obscura, na rede lenta.
O mar é o elemento central, conciliador entre estas três pessoas que se encontram em estados de espírito diametralmente opostos mas que colidem numa palavra: amor.

Arquivo do blogue