Há coisas a mais no mundo para podermos fixar-nos apenas num universo tão pequeno como é o universo do livro. Aquilo que eu pretendi, e que penso ter conseguido, em certa medida, era transmitir uma dada ideia do mundo e das inquietações que o mundo suscitava através do romance. É evidente que isso pode provocar algumas acusações interessantes em relação aquilo que eu próprio escrevi, mas poderia justificá-lo.
A eternidade em si representa uma certa fascinação. Não o posso esquecer... Além disso, quando falo de «para sempre» ou de «até ao fim», falo de um absoluto, de uma eternidade nos limites da vida, porque a vida, para mim é um absoluto e não é mais nada para além dela... Mas a concepção que eu tenho da eternidade é a da suspensão do tempo. Ou, se quer: sinto a eternidade, por exemplo, naquilo que suspende o tempo, na fruição da obra de arte... Em tudo aquilo que eu escrevi, esses conceitos são termos de referência... para me explicar diante de mim próprio...
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