quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Conversas dos outros que são nossas também

A propósito da sugestão de 2 de Agosto do Em nome da terra de Vergílio Ferreira, encontrei num dos blogs de Francisco José Viegas, uma entrevista que fez ao escritor em 1988 e que vale a pena ler. Parece quase um romance.

Há coisas a mais no mundo para podermos fixar-nos apenas num universo tão pequeno como é o universo do livro. Aquilo que eu pretendi, e que penso ter conseguido, em certa medida, era transmitir uma dada ideia do mundo e das inquietações que o mundo suscitava através do romance. É evidente que isso pode provocar algumas acusações interessantes em relação aquilo que eu próprio escrevi, mas poderia justificá-lo.

A eternidade em si representa uma certa fascinação. Não o posso esquecer... Além disso, quando falo de «para sempre» ou de «até ao fim», falo de um absoluto, de uma eternidade nos limites da vida, porque a vida, para mim é um absoluto e não é mais nada para além dela... Mas a concepção que eu tenho da eternidade é a da suspensão do tempo. Ou, se quer: sinto a eterni­dade, por exemplo, naquilo que suspende o tempo, na fruição da obra de arte... Em tudo aquilo que eu escrevi, esses conceitos são termos de referência... para me explicar diante de mim próprio...


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