Abarcando o período conturbado entre 1808 e 1821, altura da ida da corte portuguesa para o Brasil o autor faz um apanhado dos principais acontecimentos dando a conhecer alguns pormenores que foram ficando esquecidos e que nunca chegaram a constar dos manuais de História. Alguns episódios são são verdadeiramente caricatos apesar de reais.
O personagem central não poderia deixar de ser o rei D. João VI descrito como uma personagem mais ou menos medíocre que não estava preparado para ascender ao trono e que em circunstâncias normais não o teria feito mas além do irmão mais velho ter morrido inesperadamente, a sua mãe, a rainha Maria I, perdeu o juízo (ao que parece sofria de pânicos religiosos e pensava que alem de estar condenada ao inferno o diabo a espiava diariamente...) e ele acabou por ter que assumir a regência por muitos e longos anos. Toda a história assenta na relutância da corte portuguesa em fechar os seus portos ao comercio inglês respeitando assim o decreto de Berlim de 1806 que forçava a quebra de todos os contactos com a Grã-Bretanha e as suas colónias. Os poucos portos neutros na Europa estavam presos entre a Royal Navy e os exércitos de Napoleão e com o exemplo do bombardeamento do porto de Copenhaga pelos navios Ingleses ficou claro que era necessário escolher um lado para evitar o colapso do Império marítimo português. Pressionado por Strangford o emissário inglês, acabaram por embarcar cobardemente para o Rio de Janeiro deixando o pais prestes a cair nas garras de Junot que havia atravessado a fronteira há poucos dias.
Toda a travessia é descrita com pormenor por este escritor neozelandês mas a "melhor parte" é sem dúvida a chegada ao Brasil onde os súbditos, que aguardavam figuras imponentes, vêm chegar uma comitiva surreal.
2 comentários:
Gostei desta sugestão e como andava à procura de um livro para ler, escolhi este. Estou a gostar muito!
Rita Pereira
Olá Rita,
Bom saber que a sugestão foi apreciada.
Boas leituras!
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