Eu sou louco. Ou, pelo menos, decretaram-me louco e estou internado num manicómio. Hoje recebi a visita de um velho conhecido, o comissário Flores em pessoa. Precisa de mim para um assunto delicado. Necessita de recorrer a um pobre diabo, sem qualquer importância, que possa ser eliminado sem prejudicar a sociedade, ou seja, eu. E, se eu resolver brilhantemente este enigma, serei um homem livre.
É a um manicómio, controlado pelo Dr. Sugrañes, que o Comissário Flores vai buscar um psicopata reabilitado (aparentemente, pelo menos) para desvendar um caso de uma jovem de 14 anos desaparece misteriosamente sem deixar rasto. Reaparece, 2 dias depois, sem conseguir recordar nada do que entretanto aconteceu. 6 anos depois desaparece outra rapariga, exactamente nas mesmas circunstâncias. E é assim que surge o nosso protagonista, um doente mental, internado num manicómio que é forçado pelo comissário Flores e pela Madre Superiora do colégio a investigar o caso.
Com uma escrita corrida capaz de levar o leitor a uma gargalhada este livro, à semelhança de um outro de Eduardo Mendoza A Aventura do Cabeleireiro de Senhoras utiliza o humor e a caricatura para ironizar com aspectos do quotidiano social com o qual nos deparamos diariamente.
Este é muitas vezes referido pelo autor como o livro que mais gostou de escrever. Foi o seu segundo livro e foi escrito, sem rascunho, sem investigação, numa semana de retiro no seu apartamento em NY.
Desengane-se quem acha que este género é incompatível com um grande escritor, pois Mendoza é considerado uma das vozes mais relevantes na literatura contemporânea em Espanha e marcou posição com outros títulos como A cidade dos prodígios ou Uma comédia ligeira.
1 comentário:
A apresentação despertou a minha curiosidade para a leitura do livro.
Parabéns pelo programa1!
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