segunda-feira, 20 de outubro de 2008
"Os Cadernos de Dom Rigoberto", Mario Vargas Llosa
Este é um livro escrito a várias vozes, desde Fonchito o filho de Dom Rogoberto a Lucrécia, a sua madrasta. Fonchito o menino que acredita ser a reencarnação do pintor Egon Schíele e que provoca a separação do seu pai e da sua madrasta para depois passar grande parte do livro a tentar reaproximá-los.
As cartas trocadas entre Dom Rigoberto e Dona Lucrécia reflectem uma carga erótica que Vargas Llosa conduz com mestria.
São quatro da manhã, Lucrécia querida, pensou Dom Rigoberto. Como quase todos os dias tinha acordado na lôgreba humidade do amanhecer para celebrar o rito que repetia cacofonicamente desde que Dona Lucrécoa tinha ido viver para o Olivar de San Iaiseo: sonhar acordado, criar e recriar a sua mulher ao conjuro daqueles cadernos onde os seus fantasmas hibernavam.
A escrita segue o ritmo a que Vargas Llosa habitou os seus leitores e é certamente uma boa escolha de leitura. Não apenas este mas também outros como Tia Julia e o Escrevedor ou Travessuras da Menina Má.
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