domingo, 12 de outubro de 2008

"O imperador de Portugal", Selma Lagerlof


Esta é a história de um camponês que vive numa recôndita aldeia da Suécia e que depois de ver a sua filha partir para Estocolmo a fim de ganhar dinheiro para pagar uma dívida, acaba mesmo por enlouquecer.
Mas, como se costuma dizer, comecemos pelo início, pelo nascimento de Clara Bela, a filha de Jan Andersson e de Kattrinna de Strolika. Nunca Jan achou que fosse conseguir amar a criança que estava prestes a nascer mas mal a segurou nos braços, tudo mudou.

Logo o seu coração desatou a bater com força - nunca assim batera até então...- e no mesmo instante Jan deixou de sentir frio, os desgostos e as amarguras dissiparam-se, já não se sentia revoltado, tudo estava certo.

Durante toda a infância e adolescência de Clara Bela, Jan considera que não poderia viver felicidade maior, até que chega o fatídico dia da partida de Clara Bela, dois meses antes do prazo limite para o pagamento da dívida. Durante esse tempo, Jan vai diariamente ao embarcadouro, esperando receber Clara Bela. Mas ela não chega. Envia o dinheiro para o pagamento da dívida mas não regressa nessa data nem nos 15 anos seguintes.

Desengane-se quem pensa pelo título que esta história terá alguma ligação ao nosso país. Na verdade a imagem do Imperador de Portugal aqui apresentada é a imagem de Jan, que enlouquecido e perturbado com o não regresso da sua filha, acaba por criar uma fantasia onde assume o papel de Imperador.

Selma Lagerlof foi a primeira mulher a receber o Prémio Nobel da Literatura o que aconteceu em 1909. Com uma vastíssima obra, esta escritora sueca tem uma imaginação fantástica numa escrita impressionantemente acessível

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