Até que um dia lhe falta uma palavra numa palestra para uns dias mais tarde parar a meio da corrida diária em que percorre sempre o mesmo trajecto, e não saber, naquele preciso momento, qual o caminho a seguir. Aos 50 anos o diagnóstico não podia ser mais assustador: Alzheimer Precoce. O seu mundo começa então a ruir.
Com este livro - que mais do que um romance, é um relato feito por uma autora que é também investigadora na área - somos guiados pela realidade desta doença que atinge não apenas os pacientes mas todos os que os rodeiam de forma inequívoca e inevitável.
A cada dia que passa acompanhamos a luta de Alice por não perder o controle da sua vida, os exercícios que faz, as concessões, a tristeza do marido, dos filhos. Mas acompanhamos sobretudo a inevitabilidade do passo seguinte, quase como se tentássemos não virar a página porque ao fazermos tardar esse momento fazemos tardar o futuro que sabemos certo.
Se é verdade que esta é a história de uma descida ao abismo, como retrata a própria sinopse do livro, também é verdade que é uma história de esperança. Diria mesmo que é um livro que todos temos que ler para que possamos compreender a dinâmica daquilo a que chamamos vida.
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