Nestes contos Joyce fala da sua cidade natal, Dublin, reflectindo o apego à terra que tanto sentiu. Apresar de ter saído de Dublin rumo a Paris e de ter vivido muitos anos fora da Irlanda, a verdade é que a sua escrita reflectia a saudade da terra.
Nos vários contos os personagens lidam, de uma forma ou de outra, com esse apego à cidade, como logo no primeiro: Eveline.
Encontrava-se em pé no meio duma grande balbúrdia, na Estação de North Wall. Frank acenou-lhe com a mão e Eveline percebeu que falava com ela acerca da passagem. A estação regurgitava de soldados, com malas castanhas. Pelas largas portas da plataforma entrevia-se o barco, uma vasta massa escura com as vigias iluminadas. Eveline nada respondeu. Sentia-se fria, pálida e aflita, e só pedia a Deus que a dirigisse, que lhe mostrasse qual o caminho a seguir, qual o seu dever. O barco lançou um longo e estridente apito no nevoeiro.
James Joyce escreve a cidade tal como a via. E se por um lado há um apego, por outro existe uma rejeição relativamente aos valores. O próprio disse que: A minha intenção era escrever um capítulo da história moral do meu país e escolhi Dublin como cenário porque a cidade se me afigura como o centro da paralisia. Tentei apresentá-la ao público indiferente sob quatro dos seus aspectos: a infância, a adolescência, a maturidade e a vida pública.Cheguei à conclusão de que não consigo escrever sem ofender as pessoas.
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