domingo, 12 de abril de 2009

"Os Sonhos de um Truficultor", Gustaf Sobin

Esta é uma história de amor diferente das convencionais: não é um amor idílico, não tem um final feliz. A história de Phillipe e Julieta começa quase timidamente, professor e aluna, apaixonam-se e vivem felizes na Provença até ao momento em que tudo parece desmoronar-se.
O desgosto de uma gravidez que não consegue levar até ao fim transporta Julieta para um mundo quase abstracto
onde os sentimentos são ténues, onde a vida e o amor deixam de ter importância…
Dessa espécie de morte até à morte física, a distância é curta e é esse o momento de mudança na vida de Phillipe. Essa perda dolorosa da sua amada faz com que procure a sua presença, o seu toque, o seu calor, nas trufas que colhe durante o Inverno.

Nesse Inverno, três anos após a morte de Julieta, Philippe Cabassac passou longos períodos estivais com a sua amada.
Em sonhos sucessivos encontravam-se, abraçavam-se e, conversando animadamente passavam horas por vezes dias na companhia um do outro. Mesmo quando os sonhos duravam apenas na realidade uma questão de minutos pareciam suspensos num esquemas temporal inteiramente seu.
Em sequências prolongadas os sonhos continuavam sem cessar como que imersos num mundo elástico como o mel transparente como o âmbar.

Mas este regresso de Julieta apenas acontece no imaginário dos seus sonhos e essa tomada de conhecimento, essa percepção, poderá também ser um choque para Phillipe.

Sem comentários:

Arquivo do blogue